terça-feira, 20 de abril de 2021

Trovadorismo

 

RESUMO COMPLETO do TROVADORISMO - O que é? Características

principalmente nas regiões onde hoje estão localizados a França, a Espanha e Portugal. As produções literárias do Trovadorismo são chamadas de cantigas.

Conceito

O termo Trovadorismo faz referência à palavra trovador, que pode ser definido como o cantor e compositor das cantigas. Essas, por sua vez, eram as principais atividades literárias da Península Ibérica. Normalmente, as cantigas eram cantadas e acompanhadas por instrumentos musicais – em uma clara herança da poesia lírica grega.

Contexto

O Trovadorismo teve suas primeiras manifestações por volta do século XVII, em um período da Idade Média em que os países que conhecemos hoje estavam em formação. O modelo social vigente era o Feudalismo, e a principal força político-religiosa da época era a Igreja Católica.

Além disso, especificamente na macrorregião que abarca França, Espanha e Portugal, a presença de menestréis – poetas e músicos itinerantes –, assim como casamentos e outras relações políticas entre os reinos citados, produziu um intenso intercâmbio cultural na região que culminou na proliferação do Trovadorismo.

Características

De maneira geral, o Trovadorismo pode ser definido como um estilo literário herdeiro da lírica grega. Isso porque o estilo medieval manteve características da arte clássica, tais quais a presença de canto e acompanhamento musical. Além disso, a idealização amorosa, presente nas cantigasde amor” e “de amigo”, era uma marca também presente na literatura da Grécia Antiga.

Para além das heranças gregas, o culto ao catolicismo era presente e notável em algumas trovas. Além disso, é perceptível a reprodução de estruturas feudais metaforizadas por meio das relações amorosas presentes nas cantigas de amor. Exemplos dessas estruturas são a vassalagem e o reconhecimento do senhor feudal como autoridade máxima da sociedade.

Cantigas

A produção literária trovadoresca pode ser dividida em dois grupos:

  • Cantigas líricas

Esse grupo contém as cantigasde amor” e “de amigo”. Ambas têm como principal característica a manifestação dos sentimentos do sujeito lírico, com predominância de discursos sobre o amor. Tais cantigas são herdeiras da tradição lírica grega. Não obstante, existem algumas diferenças entre essas duas cantigas. Confira na tabela a seguir:

Cantiga de amor

Cantiga de amigo

- Sujeito lírico masculino;

- Sujeito lírico feminino;

- Origem provençal e nobre;

- Origem ibérica e popular;

- Linguagem mais erudita;

- Linguagem mais simples;

- Coyta d’amor: sofrimento pela impossibilidade de realização amorosa;

- Estrutura paralelística, com repetições;

- Vassalagem amorosa: amada colocada como Senhor Feudal e o poeta enquanto seu vassalo;

- Tom confessional: a mulher dirige-se a Deus, à mãe, a uma irmã ou amiga, ou ainda a um elemento da natureza;

- Ausência de paralelismo ou refrão.

- Presença de refrão;

 

- Lamento pela ausência do amado, que partiu para a guerra ou desapareceu.

A partir das observações das características acima descritas, leia a seguir duas cantigas, uma de amor e outra de amigo, traduzidas para o português atual:

  • Cantigas satíricas

As cantigas satíricas são obras poéticas com forte tom de crítica social. Muito comum no mundo boêmio medieval, o gênero foi praticado por jograis – trovadores que não pertenciam à nobreza –, bailarinas e até mesmo alguns fidalgos e membros da Igreja. As cantigas satíricas gozavam de uma espécie de código de ética próprio – ali era permitido cantar versos que não seriam admitidos em outras situações.

Podemos dividir tais produções literárias em dois grupos: as cantigas de escárnio e as de maldizer. A diferença entre elas é, em muitos casos, extremamente sutil. No primeiro caso – cantigas de escárnio –, pode-se dizer que há uma predominância de críticas indiretas, sutis, sem nomear os criticados. Já no segundo caso – cantigas de maldizer –, a crítica costumava ser direta, rude e mencionando diretamente o nome do criticado.

 

Autores e obras

Os principais autores do Trovadorismo foram Ricardo Coração de Leão, Afonso Sanches, Dom Dinis I de Portugal, João Zorro, Paio Soares de Taveirós, Paio Gomes Charinho, Paio Soares de Taveirós, Martim Codax, Pedro III de Aragão, entre outros.

As cantigas trovadorescas podem ser encontradas em publicações compiladas de diversos autores, chamadas Cancioneiros. Os principais cancioneiros são o “da Ajuda”, “da Vaticana” e “da Biblioteca Nacional”.


 



terça-feira, 6 de abril de 2021

História da Literatura Portuguesa

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Idade Média (Séculos XII a XV): Trovadorismo e Humanismo

Os primeiros registros da Literatura Portuguesa datam do século XII. Devido à integração cultural e linguística entre Portugal e Galícia, que hoje pertence ao território espanhol, boa parte desses registros, principalmente as cantigas trovadorescas, foram elaborados em galego-português.

O Trovadorismo é o gênero dos primórdios da literatura portuguesa, pois dele surgiram as primeiras manifestações. As “cantigas” são os principais registros da época, tradicionalmente divididas em quatro tipos: de amor, amigo, escárnio e maldizer.

Os principais representantes foram: Aires Nunes, D. Duarte, D. Dinis, João Garcia de Guilhade e Paio Soares de Taveirós.

Posteriormente, surgiu a corrente Humanista, na qual foram consolidados o teatro, a prosa historiográfica e a poesia palaciana foram consolidados.

Os principais representantes foram: Gil Vicente (O Auto da Barca) e Fernão Lopes (Crônicas do Reis D. João I, D. Fernando, D. Pedro I, D. Dinis).

Século XVI: Renascimento

Neste período, destaca-se a inspiração na cultura clássica greco-latina. Além disso, surgiram novos gêneros, como a literatura de viagens, a poesia épica e os romances de cavalaria.

Os principais representantes foram: Luís de Camões (Os Lusíadas), Sá de Miranda (Poesia e Teatro) e Fernão Mendes Pinto (Peregrinação).

Século XVII: Barroco

Período marcado pela utilização de linguagem rebuscada, permeada por figuras de linguagem, além do tom melancólico e conflituoso, demarcando a luta interna entre os prazeres mundanos e a devoção religiosa. Em termos históricos, retrata a passagem definitiva da Idade Média, marcada pelo teocentrismo (Deus no centro), para a Idade Moderna, marcada pelo antropocentrismo (homem no centro). Desse modo, os séculos que abrangem o barroco foram marcados pelas lutas entre classes sociais e pelas crises religiosas. Os principais representantes foram: Antônio José da Silva (Anfitrião), Frei Luís de Souza (Os Anais de D. João III) e o Padre Antônio Vieira (Sermões).

Século XVIII: Arcadismo ou Neoclassicismo

Período caracterizado pela revalorização dos ideais artísticos greco-romanos (Grécia e Roma) e a influência da corrente de pensamento iluminista. Além disso, destaca-se o ideal da vida bucólica, que prega a fuga das cidades e posterior adoção da vida pastoril no campo, preferencialmente, ao lado da mulher amada.

Os principais representantes foram: Curvo Semedo (Fábulas), José Agostinho de Macedo (Newton: Poema) e Manuel Maria Barbosa du Bocage (Sonetos), que se afastaram dos exageros do período barroco, restabelecendo, desse modo, o equilíbrio na literatura.

Primeira Metade do Século XIX: Romantismo

O Romantismo demarcou o fim do Arcadismo/Neoclassicismo, apresentando como principais temas o amor, a nostalgia, a melancolia, o subjetivismo e o resgate do passado histórico medieval, reelaborado de forma mítica. Essa abertura temática proporcionou a combinação de diversos gêneros literários, indo da poesia ao romance.

O tema costumava girar em torno de amores proibidos, no qual os heróis rebeldes disputavam o coração de donzelas frágeis e desamparadas.

 


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